sábado, 16 de fevereiro de 2008

Novos tempos da minha velha vida

Se eu tivesse que tirar uma única lição da experiência vivida,
eu diria que foi sobre o tempo meu maior aprendizado.

Assim como a felicidade só tem valor quando se compartilha,
de nada adianta viver certas experiências, se não tem com quem compartilhar.

E enquanto o tempo me permite posso falar sobre ele.
Não posso ultrapassar o limite de tempo que tenho...
Não posso adicionar minutos, nem horas ou dias ao meu tempo ...
Não posso conceder parte do meu pra quem não tem mais tempo...
Não posso comprar o tempo com nenhum dinheiro, com nenhuma moeda ...
Não posso guardá-lo pra pegar depois ...

Entendi que o valor do meu tempo está em como eu utilizo ele.
Minha tabela de unidades de medida ficou diferente.

As distâncias, não são kilometros, nem milhas, nem metros, elas são o tempo.
O oceano não tem profundidade, tem tempo.
O céu não tem altura, tem tempo.
O mundo não tem tamanho. Ele tem tempo!
Alguns amigos permanecem, outros mudam, eles também são o tempo.
Só o tempo do amor que é eterno, mas ele não é nosso.
O Amor se dá, ele é sempre dos outros.

Eu quero ler minhas próprias palavras daqui a alguns anos,
E quero me orgulhar delas.
Não quero ser uma pessoa de um milhão de princípios.
E se eu tiver apenas 1, quero ser fiel à ele.
Mas principalmente, quero me orgulhar do tempo que tive, e de como ele foi intensamente vivido.

Obrigada aos amigos, pela força, pelas orações, por estarem conosco no blog.
Vou repetir mais uma vez, pra que não reste dúvidas:

O verdadeiro valor está nas pessoas, por que é através delas que aprendemos sobre nós mesmos.

Agente se vê nos tempos da vida.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Hoje, finalmente enfureci

Tem dias em que a gente acorda mesmo com a pá virada!
E pensando aqui, o que será que isso quer dizer?
Bem, vou imaginar que o fulano inventor do bordão acima tentou escavar sem sucesso um monte de terra qualquer com sua pá virada ao contrário.
Daí que todo e qualquer esforço feito com a pá do lado errado será puro desgaste e nenhuma produção.
Enfim, eu acordei ontem assim. Ou talvez, não.
Estou pintando minha casa e, portanto estou temporariamente desalojada.
Dormi numa bi cama de 10 centímetros menor do que eu (devo confessar que isso na verdade é um problema meu e não da bi cama), que tem um colchão em forma de canoa pouco confortável.
Acordo um tanto entravada.
Caminho até meu quarto em reforma, paro de frente para o guarda-roupas que está sem as portas e tento compreender o que se passa na cabeça do pintor para ter retirado as suas portas (já que ele é embutido...). Não vejo razão inteligente para isso.

Mas, fiquei surpresa com a resposta dele, "É dona, tirei as portas pra não sujar de tinta se de repente cair sem querer...". Mas é claro, como eu puder não compreender o óbvio, deixe que sujem de tinta as minhas roupas e não as portas. Extrema inteligência, que sacada!

No caminho para o trabalho paro na padaria para um rápido café e no caminho sou assediada por um executivo frentista. Sem querer desclassificar a categoria, esse por sinal mandou uma inédita "essa eu levava pra viagem". Essa = EU.

As 10 horas preciso fazer uma ligação.
É para um fabricante de aramados, um cara delicado como uma pata de elefante e fino como um ogro.
Tô comprando aramados pra utilizar numa exposição de fotos e ele está achando que eu vou biscatear com eles.
Eu nem me atrevo a imaginar o que se passa pela cabeça dele.
Conversar com o fulano já é uma agressão mental.
Irritadamente, tento encurtar a conversa o quanto antes.
Tenho medo de ignorância pegar por osmose telefônica.
Gente ignorante tem profunda capacidade de persuasão sobre mim. Eu preciso aprender a lidar com isso.
Acabei passando a tarde inteira irritada.
Vou sair do trabalho e ir direto para a academia correr por uns 40 minutos para descarregar toda minha ira do dia.

Só que faltando 10 minutos para terminar meu expediente, meu excelentíssimo diretor me chama para uma apresentação de projeto no qual estou há semanas tentando um horário em sua agenda.

Pra minha surpresa foi até uma reunião produtiva levando em conta a falta da paciência em que eu me encontrava. Produtiva pela não produtividade que ela irá me gerar já que eu não estava muito disposta a negociar.

Desisti da academia, to tentando agora chegar em casa, mas esse transito que está pior a cada dia e que ninguém faz nada pra melhorar.
As vezes acho que é melhor viver na ignorância e não se questionar sabia?
Chego em casa. Desligo a campainha, o celular, ligo um som e tento relaxar lendo um bom livro. Até essa cena de filme parece irritante.
Não consigo ficar olhando pro guarda roupas sem portas.
E que frio chato faz neste bairro onde eu moro.
Vou dormir, ainda no colchão concha.
Quem sabe eu sonho que estou no mar ou tenha pesadelos com um tsunami.
Hoje, finalmente enfureci.