segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Hoje eu acordei assim

Hoje eu acordei assim. Qualquer frase é um soneto pra mim.
Hoje posso ficar no caos do transito num dia quente e em carro sem ar.
Hoje eu posso chegar atrasada e uma bronca do chefe ainda levar.
Hoje pode ser uma segunda, quarta ou sexta-feira, dia de pagamento ou final de mês.
Hoje a conta do banco pode estar cheia ou zerada, posso me perder e até entrar na rua errada.
Hoje pode chover granizo, fazer frio ou então esquentar de repente.
Hoje posso passar o dia sozinha ou rodeada de gente.
Hoje posso chegar em casa tarde e mesmo com fome e cansada ainda ter que preparar meu jantar.
Hoje eu quero ficar aqui, mesmo que fosse possível escolher onde estar.
Hoje eu simplesmente não preciso de um endereço.
E se eu chorar agora minhas lágrimas serão adereços.
Hoje eu quis registrar esse momento tão lindo, escrevendo como estou me sentindo.
Hoje minha fonte de inspiração, transborda em mim a paixão.
E mesmo que você nunca venha aqui para ler minhas palavras, serei feliz por tê-las um dia expressadas.

domingo, 21 de setembro de 2008

Não sou turista, sou viajante!


Não tenho preconceito contra turistas, só não gosto que me confundam com eles.
Existem algumas diferenças básicas que podem esclarecer isso pra algumas pessoas, por exemplo:
Enquanto o turista sai de casa à passeio pra ver lugares diferentes o viajante vai pra viver o lugar.
O turista quando chega vai direto fazer aquela foto xis que não precisa de legenda depois.
Já o viajante, bem, ele até pode fazer a mesma foto, mas certamente será uma das últimas coisas que irá fazer.
Ele quer conhecer o lugar, conversar com as pessoas, ouvir suas histórias e viajar ainda mais através delas.
E quando não for possível conversar ele irá apenas sorrir, num gesto de carinho universal.
O viajante entra na rotina das pessoas, descobre o que comem, o que bebem, no que trabalham, quais são seus hábitos e costumes.
Não lê suas histórias em livros por que sabe: a mais bela descrição é daquele que a viveu.
O guia nas cidades é pra turista porque se perder faz parte da viagem do viajante.
O viajante anda pelas ruas de um lugar desconhecido com a tranqüilidade e certeza de quem lá vive.
Seus olhos identificam belezas em caminhos que para muitos não há significado algum.
O turista quando vê as fotos do viajante acha que foram para lugares diferentes, mesmo tendo estado o tempo todo no mesmo lugar.
Muitos tentam, mas nem todos nascem para ser viajantes.
Turista que tenta ser viajante se frustra e nunca mais irá mudar o roteiro das férias.
Já o viajante pode se dar ao luxo de ser turista de vez em quando, normalmente pra tirar férias das suas viagens. ;-))
Turista tira férias pra fazer upgrade de conforto por período determinado de tempo.
Alguns deixam suas casas na tentativa de fugir de suas vidas monótonas, mas acabam levando a velha rotina de sempre junto na bagagem.
Se a viagem do turista foi boa ? Sua satisfação será proporcional ao tanto de dinheiro que lhe custou.
O oposto é o viajante, já que quanto menos ele gasta, melhor fica a viagem!
Agora a diferença que pra mim é a máxima: O turista só sai de casa se tiver certeza do dia que volta, já o viajante nem sabe se vai voltar.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Auto-traição


Auto-traição?
Tão possível quanto real.
Acontece comigo e com você também.
Já tive minha vida dirigida por pessoas durante muito tempo, e acredite, permiti que elas estivessem ali.
Não sei se me julguei incapaz ou se acreditei demais na capacidade dos outros.
Quantos planos foram mudados, quantos caminhos foram alterados, quantas escolhas não foram as minhas.
Algumas vezes, me traí por mim, pensando no meu próprio bem. Contraditório não é?
Mas pior mesmo foram as vezes em que me traí e, não foi por mim.
Desejos contrariados, satisfação alheia.
Auto-traição tem preço alto.
Bom, só se for pra conta da experiência que transborda de créditos.
Eu nasci singular, mas me tornaram comum.
Sempre me senti individual, mas praticando o coletivo.
Queria ser referência, mas me mantiveram padronizada.
Cresci convicta do que eu queria da vida, mas vivia na conveniência dela.
Sobre relacionamentos, posso garantir que aprendi: conviver com outra pessoa que pratica a auto-traição, é viver na superficialidade, onde ninguém toca o chão. Fato findado é a infelicidade de todos os auto-traídos.
Um dia eu resolvi ser honesta comigo. Dei um basta nessa traição. No autoflagelo.
E por você que lê minhas palavras agora e compreende o sentido delas, vou poupar as linhas que descrevem o significado desta decisão.
Eu vi então, para que servem os créditos da conta da experiência, e usei todos por uma boa causa: a de não mentir nunca mais pra mim.
De fato, “nunca mais” não é um tempo tão longo, confesso que as vezes ainda me traio.
O que mudou foram os limites pra eu fazer isso, além do fato de que agora eu me traio consciente rs.
O mais interessante é que para ser honesta comigo eu não tive que mudar meus princípios.
Isto, porque eles eram os mesmos!
Eu apenas passei a ser fiel à eles, e por conseqüência disso, fiel à mim.
Auto-honestidade?
Tão possível quanto real.
Acontece comigo e pode acontecer com você também.