sexta-feira, 25 de julho de 2008

Janelas da vida


Chega de ficar aqui sentada vendo fotografias, cansei!
... mas meu quarto é tão grande e o caminho a percorrer até a janela é tão distante...
Como é difícil caminhar até ela, quanto medo, quanta resistência, quanta dificuldade em abri-la.
Cada dia um novo compromisso, uma nova meta, um novo objetivo, e eles sempre me levam pra outra direção.
E essa inércia que me prende no mesmo lugar, é tão difícil superar.
Mas no puro instinto de sobreviver, hoje eu decidi tentar!
Ando pelo quarto em direção a janela, caminho muito calma, preciso arejar a alma.
Pelo caminho sinto o cheiro de mofo, são sonhos que envelheceram, se perderam, e eu nem me dei conta.
Num súbito instante de coragem, meu instinto mais selvagem, encara com garra e força todas as travas.
Nossa! Não consigo mensurar o prazer que sinto agora, fui além, me coloquei a prova! Sou puro orgulho e satisfação.
Coloco o rosto pra fora, o vento que passa me toca agora. Ele leva todas as dores e rancores.
Abro os olhos devagar, debruço os braços pela janela, não vejo mais a vida passar, agora, estou nela!
Vejo a vida com novas cores, vejo os campos com flores,
provo outros sabores, encontro novos amores.
Agora posso ver o horizonte, e o melhor de tudo é que ele, nem é tão longe.
Que felicidade encontrar novamente os sonhos que eu havia perdido.
Eles não haviam morrido, era eu, que havia deles desistido.
Limpei os vidros e agora a minha vista pode alcançar, muito além do que eu podia imaginar, vou além, vou além ...

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