quarta-feira, 30 de maio de 2007

Mergulho - O princípio de tudo



Se vamos começar a falar de mergulho, então acho necessário explicar a origem de tudo. Comercialmente falando a atividade começou a ser explorada por volta do ano de 1946, e o homem que mais contribuiu pra isso foi Jacques Cousteau. Ou seja, contar a sua história é contar como o mergulho surgiu. Inventor do Scuba (Self-Contained underwater breathing apparatus), tive que decorar este nome porque já me perguntaram a tradução da palavra, que em português quer dizer Compartimento de ar para respiração subaquática, ou popularmente conhecido como Mergulho Autônomo, com cilindro de ar comprimido.

Posso escrever páginas sobre esse ser humano fantástico que foi Jacques Cousteau tamanha é minha admiração por ele.
Eu lamento muito por não ter acompanhado sua história enquanto ele ainda era vivo.
Nesta época eu era ainda uma adolescente que gostava de assistir suas aventuras pela televisão, mas só hoje posso perceber a dimensão do seu trabalho.
Vou relatar aqui uma breve bibliografia de Cousteau, falar um pouco da importância de seu trabalho para os mergulhadores de hoje e as atividades que ainda continuam sendo feitas em seu nome por seu filho Jean-Michel Cousteau.

Jaccques Cousteau, um francês, se formou Oceanógrafo mas tinha outras atividades como cineasta e inventor.
Nasceu em 11/Junho/1910, em Saint André de Cubzac na França, e faleceu com 87 anos em 25/Junho/1997, em Paris no seu próprio páis.
Ele se graduou na academia naval da França em 1933 e logo devem ter percebido que Cousteau não seria um simples oficial, apesar de não ser nenhum cientista formado as suas invensões já faziam sucesso. Alías, até hoje podemos perceber que todo mergulhador tem um pouco de “Prof. Pardal” e Cousteau não era diferente.

O que existe sobre mergulho até esse momento é o pesado escafandro com alimentação de ar. Limitados e com pouquissíma mobilidade.

Em 1936 ele sofre um grave acidente automobilístico, quase fatal no qual quebrou os dois braços. Nesta época ele foi obrigado a renunciar, e graças à Deus, deixou de lado os planos de se tornar um piloto da Marinha.

Nada é realmente por acaso, durante a sua recuperação, Cousteau descobriu o mergulho autônomo. A fascinação pelo esporte era tanta que junto com o amigo Émile Gagnan, ele realiza seu sonho e cria o equipamento de mergulho autonomo, que veio substituir os escafandros.

A paixão de Cousteau pelo mar e pela vida marinha era tão grande que logo ele foi convidado a participar das explorações submarinas pelo exército da marinha francesa.
Servindo ao exército durante a época da segunda guerra mundial ele ainda chegou a ser condecorado por seus serviços de espionagem já que era o inventor de várias ferramentinhas para os oceanógrafos.
Certa vez eu lí que, a Guerra é o período em que tecnologia mais avança, e concordo plenamente. Foi durante o período de guerra que Cousteau começou o trabalho de filmagens subaquáticas, trabalho que continuou mesmo depois que a Guerra acabou, tornou-se líder no Grupo de Pesquisas da Marinha Francesa.

O primeiro navio de Cousteau foi o Calypso. Uma embarcação concedida pela marinha britânica. Aqui já dá pra perceber a capacidade de Cousteau pra levantar fundos pra seus projetos e expedições.
Várias reformas e alterações foram feitas para transformar o Calypso em um navio apto para expedições e pesquisas oceanográficas. Isso foi no ano de 1950, impossível não pensar de modo comparativo, eu fico imaginando os aparatos tecnológicos disponíveis nesta época, e cada vez mais concluo o quanto Cousteau foi mágico ao realizar tanta coisa com tão pouco.

Ele ganhou reconhecimento internacional com a publicação do livro “O Mundo Silencioso” em 1953, o primeiro de muitos livros. Dois anos depois ele adaptou o livro para um documentário que ganhou a Palma de Ouro em 1956, no Festival Internacional de Cannes e o Prêmio da Academia em 1957, um dos três Oscars que seus filmes ganharam. Aposentado da Marinha em 1956 com o título de capitão, Cousteau foi trabalhar como diretor do Instituto e Museu Oceanográfico de Mônaco.
Uma das experiências que eu considero mais fascinantes na vida de Cousteau foi no início da década de 1960 quando ele conduziu experimentos sobre viver sob as águas em laboratórios submarinos (que tinham os estranhos nomes de Conshelf I, II e III, procurei mas não encontrei tradução ...). Em 1965, ele cria uma casa submarina e pela primeira vez na história seis pessoas vivem por um mês a cem metros de profundidade.
Cousteau produziu e atuou em muitos programas de televisão, incluindo a série americana “O Mundo Submarino de Jacques Cousteau” , foi essa que eu tava dizendo que acompanhei quando adoslescente, e dependendo da sua idade você irá se lembrar também, as gravações dos programas de Cousteau foram veiculadas repetidamente durante muitos anos.
Ele consquistou ainda o Oscar em 1956 com o documentário “O mundo silencioso”, filmado no Mediterrâneo e no Mar Vermelho.
Provavelmente por falta de experiência e vivência em trabalhos hollywoodanos que ele comete um grande erro. Seus primeiros filmes, não tinham nenhum tipo de preocupação ecológica. Golfinhos eram mortos e usados como iscas para conseguir imagens melhores dos tubarões. No total, foram quatro longas-metragens e setenta documentários para a televisão.
Olha, se a conciência da preservação marinha fosse um produto eu diria que seu inventor também foi Cousteau. Imagine uma época em que a exploração comercial turísca rende milhares e milhares de dólares e surge alguém preocupado com a degradação do mundo e torna-se defensor dos Mares. Ele quase começa uma guerra quando em 1960, ataca a imersão de dejetos radioativos no mar Mediterrâneo, liderados pelo general de Gaulle Presidente da República, fazendo-o cessar.
A partir dái Cousteau popularizou o estudo da vida marinha através de inúmeros livros, filmes e programas de televisão que ilustram as suas investigações submarinas e com toda preocupação da preservação e conciência ecológica. Seu trabalho foi se expandindo, ele fundou inúmeras organizações de marketing, produção, engenharia e pesquisa, e toda essa estrutura foi depois incorporada ao Grupo Cousteau que nesceu em 1973.
Em 1974 ele formou a Cousteau Society, um grupo ambientalista sem fins lucrativos dedicado à conservação marinha. O seu último livro “Man, the Octopus, and the Orchid”, que foi publicado postumamente.
Em 8 de janeiro de 1996, no porto de Cingapura o Calypso vai a pique, imediatamente Cousteau lança uma campanha para construir o Calypso II com previsão para ser lançado ao mar em 1998, mas Cousteau nunca chegou a ver isto, pois em 25 de Junho de 1997, Paris, Jacques-Yves Cousteau faleceu.
Atualmente é o filho de Cousteau, Jean-Michel, que comanda as fundações e seus navios.
Jean-Michel Cousteau é um oceanógrafo, ambientalista, ecologista e educador francês. Ele é considerado um dos principais ativistas pró-ambiente do mundo, inspirado principalmente pelas proezas do seu paique foi o pioneiro na descoberta dos recursos do fundo do mar.
Desde 1999, ele fundou e até hoje continua presidindo uma organização sem fins lucrativos, a Ocean Futures Society (OFS), que busca o desenvolvimento de soluções sustentáveis para o oceano e vida marinha.

Mônica Magalhães
CBPDS/CMAS 3 Estrelas
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