domingo, 29 de outubro de 2006

No silêncio do dia

Da vida, escrevo mais um capítulo.
Eis que rompe-se a barreira da distância
Luz do dia que invade o quarto semi iluminado.

Beijos que ardem e alucinam.
Corpos incândescidos tocados.
A alma limpa, mas com cheiro de pecado.

Quando vem a noite em sua carruagem.
Trazendo a lua, falta-me coragem,
Volto para o meu abrigo,
E imagino que foi um sonho.

Enquanto estive nestes lençóis,
sinto-me feito a pétala da flor,
que neste vendaval de amor,
vôa sem destino, em desatino o coração.
E quando estás distante
Perco-me em lamentos constantes.

Presa nas doces lembranças
Fico como pássaro, tomado pela apatia,
Preso numa redoma de vidro transparente
Esperando sempre a noite confidente

Quando minha alma, do corpo, se liberta,
E vôo ao teu encontro à descoberta,
não são apenas delírios e fantasias,

Lembrança real que deixo aqui em forma de poesia,
traduzindo o que meu corpo sentia,
quando teu coração bateu, colado ao corpo meu.

Um comentário:

Anônimo disse...

Essa sua poesia é especial demais.... um silêncio ensurdecedor!! Sentimentos que explodem para se tornarem reais. Uma palavra, um toque, um cheiro, um sorriso, um abraço.... corpos que se entrelaçam e que se deixam cair como se fundissem. ...gostei do errado que saiu certo, do medo que se revelou coragem, do conflito que se tornou paz naquelas horas, segundos, de vidas que distantes se tornaram uma só. Minutos em que ombros se encontraram e a respiração oxigenava a alma, o espiríto, não sei ao certo. Nesse mar de sensações, atingidos pela contradição dos acontecimentos que coloca juntos, corações ainda assustados, batendo arrítmicos, vítimas de sentimentos antigos e recentes, mas que não hesitam em se expressar. Seria um erro? Claro que não! .... Fica uma paz estranha que inquieta, mas que faz bem.
Amor e dor, combinação perfeita, fonte de energia renovável de poesia. Eternos...

"Amor é a coisa mais alegre
amor é a coisa mais triste
amor é a coisa que mais quero.
Por causa dele falo palavras como lanças".

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