sexta-feira, 14 de julho de 2006

Talvez caminhemos juntos

Embalada por teu canto que, ao longe, eu ouvia,
Ofuscada pelo raio de luz penetrante pela fresta,
Segui teus passos, ouvidos, por mim, em simetria,
Busquei tuas mãos e me amparei na destra.

Senti teus braços envolvendo o meu corpo,
caminhei ao teu lado desconhecendo o caminho,
mergulhei no espaço que avançamos aos poucos,
atapetado de flores, enfeitado de arminho.

Aspirei o ar com teu perfume irresistível,
deixei-me levar, acompanhando o teu destino,
tivesse ficado, fosse, talvez, preferível,
mas já estava envolvida, já tinha perdido o tino.

Penetrei, contigo, uma floresta fechada,
Embora tão feliz, senti minha mão suspensa,
Descobri-me, de repente, ali só, abandonada,
Ouvi o silêncio, percebi-me tensa!

Somente lágrimas rolaram na minha face,
Não vi saída, nem caminho de retorno,
Ao longe teu vulto, por mais que se afastasse,
Aquecia meu peito que outrora fora morno.

Sentei-me nas trevas derramando meu pranto,
Sequer imaginava em que lugar eu me encontrava,
E esperei pela mesma luz e pelo teu mesmo canto,
Já sentia, nesse instante, o quanto eu te amava!

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